quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

what would i say?

E aí, se escondendo onde?


E o soco do Maguila


Só deu você


Barriga vazia é oficina do mau humor ¬¬'


É gostoso ser chato



terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Meu céu e meu inferno na mesma pessoa.

Não sei o quanto é ridículo ficar feliz por encontrar 3 ligações perdidas no meu celular, duas mensagens - uma pedindo pra que eu ligue, outra já putinho porque não liguei. Mas só de pensar que a pessoa em questão se sentiu da mesma forma que eu há alguns dias atrás, sério, me dá uma alegria danada. Por um lado é mais cretino que ridículo esse sentimento satisfatório, essa sensação de 'VAI, TOOOMAAA!" mas essa sou eu, eu fico feliz com coisas desse tipo. Mais do que com fofuras e agrados, fico feliz em sentir, mesmo que de leve, que sentiram, mesmo que de leve, o mesmo que eu.

Dias atrás eu achei que teríamos que decidir nossos caminhos, porque o cerco tinha se fechado. Mas como nós dois somos bem parecidos no quesito "nó em pingo d'água", cá estamos na mesma, e eu nem estou reclamando viu? Falei muito de coragem, mas preciso analisar se tenho o suficiente. Enquanto isso, coisas como ligações perdidas fazem a minha alegria.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Hoje parei pra me perguntar se não estou exagerando na dose de apego.
Ouvi tantos conselhos bons que eu deveria ter comprado.
Hoje parei pra me perguntar se não estou exagerando na dose de desespero.
Ouvi tão pouco a razão que chego a nem me reconhecer.


domingo, 24 de novembro de 2013

Conversa de homem não tem curva.


São tantos os motivos pelos quais eu poderia te perder, que nem sei dizer qual deles me faria mais infeliz. Mentira, acho que sei sim. Morreria de cólera se eu perdesse você pro medo, e acabo de confirmar isso com uma puta gastrite nervosa depois de você ter dito mais cedo que "precisávamos conversar". Confesso, pensei em mil coisas pra dizer caso a nossa conversa fosse um possível término da sua parte, e apesar do ódio premeditado, por outro lado eu até te entenderia se você terminasse comigo. Não é pra qualquer um, levar adiante uma história como a nossa. Mas depois de termos a tal conversa, acabo de confirmar que é pra você. Que coragem consta no seu vocabulário. Porque você é homem, e como você mesmo disse quando começamos a ficar "conversa de homem não tem curva". Guardei isso. Como guardei todas as outras coisas que você me disse. Como eu sempre guardo todas as coisas que todo mundo me diz.

E olha, conversando cá com meus botões, como é bom saber que alguém tem coragem de honrar a saliva que gastou pra me fazer declarações ♥ Nunca achei que um simples "eu gosto de você" faria tanto sentido assim pra mim.





quinta-feira, 29 de agosto de 2013

“Gostaria... de conseguir ficar contente!” a Rainha disse. “Só que nunca lembro a regra. Você deve ser muito feliz, vivendo neste bosque e ficando contente quando lhe apraz!”
“Só que isto aqui é tão solitário!” disse Alice, melancólica; e à ideia de sua solidão duas grossas lágrimas lhe rolaram pelas faces.
“Oh, não fique assim!” exclamou a pobre Rainha, torcendo as mãos em desespero. “Considere a menina grande que você é. Considere a longa distância que percorreu hoje. Considere que horas são. Considere qualquer coisa, mas não chore!”
Alice não pôde deixar de rir disso, mesmo em meio às suas lágrimas. “Você consegue parar de chorar fazendo considerações?” perguntou.
“É assim que se faz”, disse a Rainha com muita decisão; “ninguém pode fazer duas coisas ao mesmo tempo, não é?”.  Através do espelho e o que Alice encontrou por lá – Lewis Carrol.

***

E aí que eu tinha escrito um monte de coisas desconexas pra postar logo em seguida desse trecho. Mas quer saber, vou me ater ao bom e velho foda-se!

Sou dessas ;)

sexta-feira, 12 de julho de 2013

mary kay do mal.

Hoje me percebi com 26 anos. Eu sei, desde o dia 16 de junho que eu tenho 26 anos, mas ainda não tinha “me visto” com essa idade. Se eu parar pra pensar, eu nunca me vi com 16 ou com 20 anos, por exemplo. Não é como se o número 26 fosse de alguma forma mais importante do que os que já se foram ou os que virão, apenas que ele parece se encaixar melhor comigo, agora, mesmo sabendo que estar mais perto dos 30 do que dos 20 não é lá muita vantagem. Se bem que, apesar de tantas mudanças na minha vida, algumas coisas parecem exatamente iguais a quando eu tinha 16 anos. Mas aos 16 anos eu só sabia mentir, ou omitir, melhor dizendo, e principalmente pra mim, só que isso eu não faço mais.
Convenhamos: ser adulto não tem as melhores vantagens do mundo, mas uma delas é poder arcar com as consequências das próprias escolhas e das próprias verdades, e ter o mínimo de liberdade na vida suficiente para não morrer sufocado, depende disso, de ser honesto com o que/quem merece a nossa honestidade. O que não é a mesma coisa que a balela de  ~ gritar pro “mundo inteiro” ouvir ~ seja lá o que for. Desde quando o mundo inteiro está interessado em me ouvir? Desde quando eu estou interessada que o mundo inteiro me ouça?

Hoje me percebi com 26 anos quando olhei no espelho, muito entediada com o fato de não saber passar base no rosto pra esconder minhas incríveis e reluzentes olheiras azuis.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

"Ontem à noite choveu muito, mas não o suficiente. Ontem à noite choveu mas não me surpreendeu, não me surpreendeu mesmo. O estranho. na verdade, é não ter transbordado tudo. Foi isso que me surpreendeu.

Vou ter que me acostumar.

Ou o que resta de mim. Resta o básico, suponho: a moldura, a matriz, os freios. O que mudou, o que perdi fora a catraca, a corrente, o guidom. Consegui substituí-los por peças novas, mais fortes, mais confiáveis, mas não é a mesma coisa. Não poderia ser, suponho. Quando a gente aposta alto, se mete em caminhos difíceis, não transitados, não pode esperar sair dali sem tropeços. Fica a estrutura, claro, mas mudam as peças. E não é a mesma coisa porque, no fim, a gente sempre presta atenção nos detalhes. Os detalhes são o que conta." (Baixo Astral - Albert Fuguet)

sexta-feira, 14 de junho de 2013

"Backyard Babies é do caralho!”


Hoje você faz 27 anos e amanhã eu faço 26. Ano passado, quando eu estava prestes a fazer 25, me descabelando e achando que isso era tipo uma profecia que se realizava - JÁ TEM RENEW PRA SUA IDADE AGORA, QUERIDA - você me disse “relaxa, você vai ver que é a mesma coisa que fazer 24”. Óh, nem foi eim. Mas acontece que eu queria muito, muito mesmo ser como você nesse sentido de não se importar com essas coisas que, bem, não adianta mesmo se importar né? Aliás, pra falar a verdade e pra soar pedante, eu quero ser como você desde que eu tenho 18 anos e nem é só nesse aspecto aí. Ok, nós já somos bem parecidos em algumas coisas. Quando se trata de desenhos animados antigos e sabores de miojo, tamo junto! Mas desde que eu conheci você, desde que eu passei a admirar o seu jeito de se expressar (bruto algumas vezes, preciso admitir), sua inteligência, sua perspicácia, seus olhos verdes com leves pintinhas marrons, desde quando você me enviou quatro CDs intitulados como Suicide Child com um monte de músicas legais que eu pirei logo de cara, eu quero ser como você. E eu quero ser como você porque eu acho você foda! Porque eu sempre vou achar. Eu sei que não temos a mesma opinião sobre muita coisa, mas ainda assim, eu continuo achando você e toda a sua opinião foda. E eu juro, nem é só porque eu te amo, é porque eu acho MESMO!




Feliz aniversário!
amo tu ♥

terça-feira, 4 de junho de 2013

hanging on the telephone



- Outro dia li aquele seu negócio de "25 curiosidades" no Facebook!

- Haha! É, eu vi que você curtiu, mas achei que nem tinha lido de verdade...

- Eu li. E sabe o que eu achei legal?

- O que?

- Eu já sabia da maioria delas.



O RESTO NÃO FAZ SENTIDO.


quarta-feira, 22 de maio de 2013


Dando uma olhadinha nas estatísticas do meu Blog, vou lá nas entradas ver de onde vocês, pessoas lindas, são. Bem, geralmente as entradas oscilam entre: Estados Unidos, Brasil, Itália e Rússia, uma vez ou outra aparece a França. Mas hoje, além dessas, tinha: Alemanha, Trinidad e Tobago, Paquistão e Ucrânia. Fora umas origens de tráfego bem esquisitas. Então, agora eu tenho realmente certeza que todo mundo entra aqui desavisado, olha de canto de olho e dá o fora rapidinho, porque né, não tem mesmo nada interessante. Afinal, Trinidad e Tobago, Paquistão...? Sei lá...

Mas se você é de algum desses lugares, então me mande notícias! Me diga como está o clima aí e o que você gosta de fazer nas horas vagas.

quarta-feira, 15 de maio de 2013


eu tava lá muito down sentada num sofá maravilhoso do magazine luiza, esperando minha mãe resolver umas coisas na loja e então me aparece essa menina acelerada de mais ou menos 7 anos:

- ei, posso ajudar? (menina fez pose, até cruza as mãozinhas)

- não querida, obrigada.

Daí que ela sai.
volta,
sai,
volta.

- qual é o banheiro das meninas tia?

- esse aí mesmo que você ta parada em frente...

então a menina fica me olhando pela porta entreaberta, fazendo cara de psicopata enquanto pergunta "voooocêêêê teeem certeeeezaaaaa?" com voz de mongol.

pego meu celular sem crédito (e eu precisando muito responder uma mensagem) finjo que estou fazendo algo importante e então a menina desiste de ir ao banheiro a me avisa que vai descer as escadas e depois subir pelo elevador.

daí, ela volta.

E eu ali querendo muito curtir meu baixo astral sozinha, total sem saco.

- tia, as pessoas podem sentar no sofá?

- as pessoas eu não sei.

- você pode?

- posso.

- tia, eu posso?

- pode.

- e deitar? deitar pode também?

- pode, você pode fazer o que você quiser.

FAZER O QUE VOCÊ QUISER!

Gente, quem diz esse tipo de coisa pra uma criança hiperativa? eu.

mas por acaso ela saiu destruindo a loja? NÃÃÃÃO! Ela sentou ao meu lado no sofá e começou a tagarelar.

me cansei e pedi pra ela me deixar em paz.
assim ó: me deixa em paz?

ela ficou um pouco desconsertada e saiu, e quando estava mais longe de mim mostrou a língua!

não guarde rancor querida, ou você vai continuar insuportável a vida toda. Mas ó, prometo que eu vou me lembrar de você assim que eu estiver passando o resto dos meus dias sozinha.





antigos jeans.



A ~ sensação de liberdade ~ mais forte que eu senti até hoje, foi quando usei pela primeira vez  (depois de adulta) um descongestionante nasal. Pode não parecer relevante, porém, descobrir que é possível desentupir a merda do meu nariz instantaneamente foi a melhor e a pior coisa que me aconteceu.

4 semanas. 4 vidrinhos de cloridrato de nafazolina.

E muito desespero quando meu pingu (como foi carinhosamente apelidado) não está por perto e meu nariz resolve armar um complô para me sufocar! Porque agora parece que a coisa é muito pior do que antes, é praticamente uma crise de PAREM ESSE ÔNIBUS QUE EU VOU MORRER SUFOCADA, ou quase isso. Se eu andasse mais de ônibus. E economizasse porque a gasolina ta cara. Mas aí todo mundo ia ficar reparando na lambança que eu faço pra pingar uma mísera gotinha no nariz.
Nossa! Agora me lembrei de uma vez eque eu experimentei aquelas bombinhas de ar, tipo pra quem tem asma, sabe? Olha, ainda bem que não usei direito.Porque se eu tivesse sentido AQUELE alívio na minha falta de ar a vida ia ficar mais difícil ainda...to evitando.

Ah, e aí que também estou levando super a sério meu regime. Mas o regime é que não é lá muito sério do tipo "coma de 3 em 3 horas", nem vai rolar isso aí, eim. Deixa eu fazer do meu jeito? Deixa eu entrar no cigarro pra compensar a falta de coca-cola, chocolate e pizza de calabresa?
....Ééééé que to cansada de saber: não funciono com métodos saudáveis.

Sou a rainha dos regimes loucos, curvem-se diante de mim quando o assunto é enfiar os pés pelas mãos e viver de gelatina e sopa vono por algumas semanas. SE BEM QUE, não consigo mais fazer isso porque agora não posso mais dormir o dia inteiro. Uma pena!
Queria muito dormir.o.dia.inteiro.

Mas o que realmente importa, sociedade, é que eu não desisti dos meus antigos jeans.

sábado, 30 de março de 2013

Tiririca free style

Ninguém me leva a sério e é claro que isso é culpa minha, já que as pessoas do meu compacto círculo social estão mais que acostumadas a me ver, por exemplo, falando do regime que vou começar ~ novamente ~ assim que eu terminar meu terceiro pedaço de pizza de calabresa. O que conflita também com todas as vezes que eu digo, quase como um disco riscado, que eu ainda serei vegetariana. Bem, à todos que não me creditam por essas e outras eu só lamento, e digo mais: vocês estão certos. O negócio de começar seja lá o que for geralmente me empolga, porém persistir não é uma das minhas poucas qualidades. Mas a força de vontade que eu não uso pra persistir eu emprego todinha em desistir. Desistir é comigo mesmo.

Desculpa, mas disfarço falta de conteúdo com subjetividade.

terça-feira, 12 de março de 2013

O clima não é de revolta.


Gosto muito de bicho, de livro, de filme, de música, de desenho, de internet, de chocolate, MAS, prefiro gente. Apesar disso, ultimamente não ando trocando nenhuma dessas preferências, e algumas outras não listadas, por qualquer companhia de carne e osso que não esteja interessada em uma conversa verdadeira, ou pelo menos, em um diálogo despretensioso que não se alimente apenas de assuntos tão batidos. Também tenho dispensado toda oportunidade de me sentir como uma professora quase muda em meio a uma sala de alunos bagunceiros, tendo que pedir atenção nas poucas vezes que eu resolvo falar... “Desliga o celular, Joãozinho”, “Para de prestar atenção na rua Mariazinha”, “Olha pra mim quando eu estiver falando, Zezinho”. Ah, sério mesmo, cansei!E pensando bem, esse cansaço veio a calhar ao me impedir de sentir tristeza pelo distanciamento opcional de algumas pessoas que já foram tão próximas. Não que essas “ausências programadas” me deixem feliz de alguma forma, apenas não me importa mais. E talvez esse seja o único motivo pra eu ficar triste: querer, involuntariamente, que todas essas pessoas sumam de uma vez.

domingo, 10 de março de 2013

carta amarelada.

"Acho que não tenho nada pra dizer... ou na verdade eu tenha que te pedir desculpa. Mas eu não sei se é certo pedir desculpa por algo que eu não sei o que é... mas tem algo me insistindo pra te escrever DESCULPA, DESCULPA? É como se eu estivesse em um misto de sempre TPM e sempre apática. Eu tenho medo de enlouquecer, e talvez eu esteja enlouquecendo, por isso (acho) que estou assim. Preciso de alguma certeza pra minha vida, mas quem vai me dar? As incertezas são cruéis, fazem qualquer um se sentir inseguro. Isso é uma lógica ou não? 
Você é da hora. Legal. Talvez a única pessoa que me faz rir com vontade... acho que não sei dar o braço a torcer, doeria demais. Acho que tenho orgulho. Mas de que? Nunca pensei que iria te escrever isso, mas por acaso, bem acaso, sinto uma coisa que não gosto... acho que sinto sua falta, e não é pouca. Droga! Me sinto triste, mais que de comum, bem mais. Bom...bem... vou parar de escrever, minha letra está péssima...




p.s. A folha é grande assim só pra você não esquecê-la em qualquer canto e é amarelada por opção... única opção."

Já faz quase 10 anos, e eu nunca esqueci essa carta em qualquer canto...
“…Esse é que é o problema todo. Não se pode achar nunca um lugar quieto e gostoso, porque não existe nenhum. A gente pode pensar que existe, mas, quando se chega lá e está completamente distraído, alguém entra escondido e escreve “Foda-se” bem na cara da gente. É só experimentar. Acho mesmo que, se um dia eu morrer e me enfiarem num cemitério, com uma lápide e tudo, vai ter a inscrição “Holden Caufield”, mais o ano que eu nasci e o ano em que morri e, logo abaixo, alguém vai escrever “Foda-se”. Tenho certeza absoluta."

O Apanhador no Campo de Centeio - J.D. Salinger

sexta-feira, 8 de março de 2013

Pega essa rosa e...




Começaram a pipocar as "belíssimas homenagens" ao dia da mulher no meu Facebook... Posso estar errada de me sentir incomodada com esse tipo de postagem, mas sei lá, a maioria que eu vejo é nesse segmento: ou devemos nos orgulhar por "suportar" a nossa própria natureza (sobrevier a menstruação, a TPM, conviver com a celulite) ou então nos orgulhar pela nossa vaidade (e aí entra o martírio da depilação, o terrível desespero de uma unha quebrada, e uma infinidade de motivos que tantas outras dessas Ginas indelicadas da vida usam pra definir uma mulher como forte!). Compartilhar esse tipo de 'pensamento' não seria o mesmo que regredir? Da mesma forma que um boçal compartilhar seu orgulho de ser branco, de ser hétero, de ter nascido em determinado estado? Nunca entenderei o orgulho de algo pelo qual não se luta.
Sou contemplada com uma maldita cólica todo mês e que remédio nenhum dá jeito, só que mesmo assim não tenho orgulho, por exemplo, de trabalhar aguentando a cólica. Tenho orgulho de trabalhar! De travar essa luta diária que inclui não curvar a cabeça pras injustiças da vida, com cólica ou sem cólica, de unha feita ou não.

Por essas e outras que eu acho essa data nada especial. É tanta ofensa disfarçada de homenagem, e pior, com tamanha visibilidade e aceitação que só fazem tirar a beleza, e também a consciência que esse dia deveria ter.

Obs.: não é incômodo pelo orgulho das características femininas, orgulho pelo nosso corpo. É incômodo desse pensamento propagado de que nos dias de hoje a nossa maior luta é contra os nossos... hormônios?!?! Pena que não dá pra ~ Gina ~ ser mulher de verdade um dia, um diazinho só, pra "ela" ver que TPM é fichinha perto de que temos que enfrentar até mesmo em situações simples do dia-a-dia, como pegar ônibus por exemplo. Daí ela saberia que cera quente dói menos que as observações machistas das quais não passamos ilesas um dia se quer, inclusive de homens ditos sensíveis, inclusive de mulheres ditas independentes. Só que nesse caso ambos não conseguem se livrar dos estigmas dessa sociedade em que o machismo passa batido, amparado ao "foi só uma piada", "foi só uma comentário" "deixa de ser chata, foi só uma brincadeirinha" e não enxergam que isso só atrapalha a nossa liberdade. Porque, meus queridinhos, a falta de respeito é a base de todas as injustiças.

Então, meu Feliz Dia da Mulher vai pra toda mulher que vai pro carnaval, vai pro baile funk, vai pro show de rock rodar a camisa, vai pra onde ela quiser sem ligar para os pobres hipócritas que as julgam nas redes sociais, mas que não largam dos seus pés na vida real. Pra toda mulher que prefere ficar em casa a pagar meia entrada na baladinha só porque, bem, é mulher. Pra toda mulher que diz "olha pai, eu te amo mas desculpa, não quero ser advogada, nem médica, eu quero ser________" e preenche a lacuna do seu futuro como bem entende. Pra toda mulher solteira com filho pra criar, conta pra pagar com um salário vergonhosamente inferior ao do pai do seu filho, pai este que ainda assim, só na base da polícia pra pagar pensão alimentícia. Vai pra toda mulher que tira a metade de um seio e sabe que continua linda. Pra toda mulher que não é escrava da Claudia, da Marie Claire. Pra toda dona de casa, que escolheu ser dona de casa, pra toda ativista, que escolheu ser ativista, e que em alguns casos podem ser a mesma mulher. Pra toda mulher provida de empatia, que sabe o quão arriscado é julgar. Vai pra uma infinidade de mulheres que merecem respeito todos os dias, não só no dia 8 de março. Porque quem precisa do calendário é o coelhinho da páscoa, o papai noel. Nós mulheres, não precisamos de uma data pra existir, muito menos pra persistir.








quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

preguiça sentimental

Eu como pessoa apaixonada não sou nada apaixonante, disseram. O que considero normal mas minhas amigas consideram como "sem emoção".  Só porque sou uma pessoa que vai ao mercado sozinha sem ficar imaginando o dito cujo passeando comigo na sessão de congelados. Ou por ser uma pessoa que dorme abraçada a um ursinho de pelúcia no alto dos seus 25 anos sem ficar melindrando o espaço vago na cama. É que eu como pessoa apaixonada não faço nada dessas coisas que os filmes românticos disseminam como atitudes normais de alguém que quer ficar com outro alguém. Entendam, eu quero ficar,  mas eu quero que essa pessoa caia do céu no meu colinho. E quero estar sentada confortavelmente pra isso. Acho que não é pedir muito. Não quero lutar por outra pessoa, imagina só o trabalho que isso dá? Tenho preguiça só de pensar, sabe como é, me ataca a fadiga. Mais ou menos como a ideia de fazer academia, até gostaria mas, "não tenho tempo". Comodismo, derrotismo uma ova, bicho!, como se não bastasse o dia a dia em que eu sou obrigada a lutar por tantas coisas vem algum abestado dizer que eu PRECISO correr atrás da pessoa ~ amada ~ antes de tentar esquecê-la. Desculpa Forrest Gump, mas estou ocupada tentando não chutar o pau da barraca, me virando nos trinta pra bancar as minhas contas,  camelando pra aprender direito a ser uma pessoa independente em todos os sentidos e por aí vai. Basicamente to na luta pra comprar umas frutas que não estejam podres nessa grande feira da vida adulta e todo mundo sabe o quanto isso já é difícil. 
Lutar pelo amor? Não,  hoje não. To meio cansada. Passa outro dia.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Isso não é um engano


- Alô, com quem eu falo?
- Com quem você gostaria de falar?
- Olha, essa pergunta é meio difícil de responder... Porque eu gostaria de falar com muitas pessoas. Com a Angelina Jolie por exemplo; com a Luana Piovani se ela não fosse tão antipática; com aquela Panicat morena dos cabelos cacheados, como é mesmo o nome dela? Não, não... Ela não é Panicat, acabo de me lembrar, ela é do Caldeirão do Huck, eu acho... Sabe?
- Vou ficar devendo essa informação...
- Tudo bem. Agora se você quer saber com quem eu PRECISO falar, eu infelizmente preciso falar com o Lázaro. Mas acho que eu me enganei de número, não é?
- Pois é. Essa não é sua noite de sorte...

Fez meu domingo, Brasil.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

De Cila do Lino e Luiz doido, todo mundo tem um pouco.


Calçada é sempre um ótimo lugar pra embalar uma conversa, uma boa conversa. Se o assunto for sobre o passado então, melhor ainda! Agora, se os interlocutores partilham as mesmas histórias, bem, aí conversa deveria durar a noite inteira :)

Eu moro em uma cidade com aproximadamente 3 mil habitantes. Por aqui a gente mais ou menos conhece todo mundo, e se não conhece, basta alguém refrescar a nossa memória; "é filho de fulano, casado com ciclana, amante de beltrano!" funciona. Já a birutice alheia todo mundo conhece de cor. E preciso confessar que apesar do número assustadoramente pequeno de habitantes, temos uma bela lista de personalidades com parafusos a menos. Nossos ilustres malucos são como patrimônios históricos da cidade - disseminam jargões, tocam o terror, ridicularizam os "normais" (essa é sempre a melhor parte), e justamente por isso quando ao acaso "somem do mapa",  fica um  enorme vazio nas ruas dessa vilinha quase fantasma.

Atendendo  a pedidos de uma pessoa ~ quase normal ~ aqui vai a uma lista dos principais integrantes da turma da camisa-de-força:

Carlito - O Carlito vem em primeiro lugar porque vira e mexe em alguma conversa nós lembramos dele, e sempre com a pergunta "onde foi parar o Carlito?". Esses dias me disseram que ele está bem, só isso, mas enfim. O Carlito de longe até que era bem normal, viu? Passava o dia inteirinho andando de bicicleta. Mas aí, se você desse um capacete pra ele... Ele passava o dia todo andando de bicicleta usando o capacete. O mesmo acontecia se você desse um chapéu de palha, um colar de pérolas, uma bota e bem, por aí vai. O Carlito era o tipo de louco "bonzinho" que até fazia favor pros outros e não incomodava. Ninguém ficava puto se, por exemplo, ele se sentasse junto com a gente no banquinho da praça. Muito pelo contrário! O Carlito era bem-vindo porque era engraçado, não de um jeito que as pessoas tirassem sarro dele, de um jeito natural, dando seus preciosos pitacos. E o Carlito também sabia "coisas". Não, ele não era vidente. Só tinha um lado meio fofoqueiro, e era só apertar pra gente ficar sabendo de um monte de barbaridades, hehe!

Legal - A Legal era a nossa quiromante oficial e por isso o apelido; chegava, pegava na mão da gente e ficava "hmmm, legal, legal...hmmm, legal, legal você vai conhecer uma pessoa...hmmm, legal". Desde que eu me lembro ela sempre foi bem velha, desdentada e uma boa avó durante o dia. Mas quando anoitecia ela entrava na pista pra negócio. Estava sempre em todas as festas, TODAS as festas possíveis. Acho que só eu não tenho uma foto de balada ao lado dela e infelizmente nunca terei. Ela morreu fazem uns dois anos, em uma festa de peão. Caiu da arquibancada e bateu a cabeça. Mas pelo menos morreu fazendo o que mais gostava - festando legal, como ela mesmo dizia.

Cidinha Sabugo - A cidinha sabugo era uma senhorinha magrinha-magrinha, com cara de índia. Andava sempre com uma sacolinha de marmita embaixo do braço e com a saia em cima dos peitos. Praticamente não conversava, mas quando queria xingar, saísse de perto quem não quisesse ouvir os mais baixos palavrões. Ela almoçava quase todo domingo em casa e ainda levava uma quentinha pro seu velho. De repente sumiu. Dizem que morreu.

Luiz Doido - Esse era um louco temido. Catador de latinhas, andava pra cima e pra baixo com um chicote na mão. Ele não fazia mal se você não o perturbasse, mas quem não conhece moleque que compre uma meia dúzia né não? Direto eu via ele correndo com o seu chicote atrás de algum sacaneador mirim. Uma vez ele acertou uma bela duma chicotada nas costas de um amigo meu, porque achou que ele é que tinha o insultado. Até hoje choro de rir quando lembro dessa história o de vergão de chicote nas costas do coitado. Luiz foi embora, mas direto eu vejo a mulher dele vagando nas cidades vizinhas, sempre bem arrumada e catando latinha. Talvez esteja o sustentando. Fica a dúvida.

O Gordo - Nossa, desse eu tinha PAVOR! Sério, pa-vor, me-do, pâ-ni-co. Logo que eu mudei pra cá me deparei com as cenas assustadoras que ele protagonizava. Era deixar o portão aberto pro gordo entrar pelado na casa alheia gritando "dãdãdã" e outras coisas incompreensíveis. Ele era novo, devia ter uns 14 anos nessa época e pouco tempo depois foi internado, pro meu alívio. E deve super adorar usar aquelas roupas de hospitais que deixam a bunda de fora.

Manda Chuva - O Manda Chuva é bem conhecido na região pelo seu ~ dom ~ de chamar chuva. Na verdade ninguém acredita nisso, mas ele mesmo sai espalhando como quem não quer nada seus feitos milagrosos pra desconhecidos; "Ce-ce-ce viu aquele cara pe-pe-dindo chuva? E choveu viu!" flagrei esse migué uma vez no circular. E na maioria das vezes ele realiza seu ritual exatamente quando desce do ônibus em frente o sítio que ele mora. Desce e logo em seguida começa a gritar "MANDA CHUVA SÃO PEDRO, MAAANDA CHUVA, TCHÔ TCHÔ TCHÔ! MANDA CHUVA SÃO PEDRO!" Só que ele também não faz cerimônia, grita em qualquer lugar que ele achar que precisa de uma chuvinha. Mas ele usa seus dons principalmente se algum pilantra pedir. E olha, gritando ele não gagueja nadinha, fato. Pra completar ele anda com uma bandeira de Santo Reis a tira colo, um louco todo personalizado.
Ovo em cima do telhado pra quê?

Beleza - O Beleza não é exatamente um louco. É um bêbado. Mas o que é realmente legal no Beleza é que ele quer parecer sóbrio. A gente sempre manja ele ensaiando quando vai se levantar, ensaiando uma conversa antes de chegar em alguma pessoa ou ensaiando como vai andar até sua bicicleta que sempre está caída em algum canto. Toda vez é assim, testa os passos, toma impulso e vai! Vai totalmente bêbado mas jurando que ta bem. Repetindo "Beleza, beleza... Ta tudo beleza!". Beleza é boa praça, e também não incomoda ninguém.

Sabará, Sabão e Pai-João - Também não são exatamente doidos, a loucura do trio é 90% culpa da pinga. De dia são uma família normal, mas de noite o bicho pega.  O Sabão e o Pai-João só ficam falando bobeira, nada de grandioso. Mas o  Sabará é um bêbado politizado. É só ele beber pra começar a falar de tudo que é merda que a prefeitura aprontou ou continha aprontando. Mas ele tem mesmo é "mágoa" de um ex-prefeito daqui, porque quase sempre é em frente a casa desse ex-prefeito que o Sabará fica gritando os podres políticos que sabe, principalmente os podres do mandato dele. Atitude que pra falar a verdade, dou total apoio.

Negão da paçoca - Ele realmente não é doido, eu acho. É um andarilho que vende amendoim, paçoca e pudim nas festas, em jogos, mas as vezes nem precisa ter um evento pra ele aparecer. Ele chega, arma sua cadeira e sua mesa e fica benzendo com seu saquinho de amendoim quem passa perto dele. O que ele tem de louco é o apetite. É uma lenda viva esse daí. Apesar de não ser da minha cidade, ta direto por aqui e já tive o desprazer de vê-lo comer um pudim inteiro (sim, as pessoas compram o pudim dele pra ele mesmo comer), depois comer dois  lanches enormes e ainda tomar dois litros de coca. Sozinho. Por isso se você passar por essas bandas, e ver uma rodinha de pessoas gritando "VAI, NEGÃO!" não se assuste.

Cila do Lino - Desses não faço ideia do fim que tiveram. A Cila devia ter uns 40 anos quando não saia do posto de saúde porque estava grávida. De 18 meses. Do seu marido Lino. De quase 80 anos. Manja o Eustácio do "Coragem - O cão covarde" ? Então!O Lino era a personificação dele. E a Cila era tipo o Luiz Doido, não apresentava perigo se você não mexesse com ela. Mas ODIAVA principalmente, quando alguém mandava beijo pra ela. Eu sei porque fui inventar de não seguir o "conselho" do meu tio quando eu nem morava aqui, tava de férias e tinha só 10 anos. Veja bem, se você diz pra uma criança de 10 anos não mandar beijo pra uma pessoa, porque essa pessoa vai surtar, ficar doida, e fazer coisas doidas, o que você acha que essa criança vai fazer? Pois é, foi o pior beijo da minha vida, a minha sorte é que naquele tempo eu adorava correr.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Pessoas são incríveis 02#

Quando tava rolando a pior pendenga amorosa da minha vida, contei pra uma amiga que eu havia conhecido um ~ outro cara ~ e que a pendenga tinha  conseguido ficar pior ainda com o dilema trair or not trair. Daí que essa amiga segurou bem forte minhas mãos, olhou no fundo dos meus olhos e disse "olha, essa história só pode ter dois finais: ou você vai ficar com esse cara e gostar muito, ou você vai ficar com esse cara e não gostar nada. Mas de um jeito ou de outro, você vai acabar ficando com esse cara, sinto muito dizer isso". Mentira. Ela não segurou minha mão e a bandida mal tava olhando pra minha cara, mas devido a toda essa demonstração de sensibilidade apurada (!) e desse dom premonitório (?) eu percebi que aquela ali seria realmente uma grande amiga, seria A bff ♥, e minha migs preferida, com certeza a bundudinha mais importante, e como não falar do olhinho fechado mais legal de todos - mas só pra concluir o caso abordado no começo do texto, eu gostei médio, viu?

Ellen, eu juro, juro de pés juntos que eu não tenho absolutamente NADA pra reclamar de você. Não que eu tenha o direito de reclamar da "amizade" de qualquer outra pessoa, ninguém vem com um número de SAC que eu possa ligar e despejar minhas frustrações (bem que podia, né?) mas mesmo que existisse esse número pra reclamar de você, eu não teria motivos pra ligar. Minto. Ligaria só pra reclamar a distância, pra reclamar que você aparece bem menos do que eu gostaria.

Tem um monte de coisas absurdas que acontecem por um propósito. Blééé, quem eu quero enganar? Eu acho isso uma grande idiotice haha! Ficar tentando achar sentido em tudo o que acontece, e em tudo que é Monalisa... É uma puta perda de tempo só pra no final você descobrir que todo o mistério do quadro, ou da vida, é só um traveco das antigas. Acontece que trabalhar naquela loja, cujo o único objetivo dos donos era enriquecer fazendo a gente passar vergonha, porque não é possível fazer um uniforme de oncinha e ainda querer que a gente trabalhasse usando vários colares e várias pulseiras e brincos gigantes e maquiagens neon fluorescente furta cor e em alguns casos extremos, peruca, tendo que dizer de 5 em 5 minutos a maldita frase "posso ajudar?"... Por causa disso, antes mesmo da popularização dos memes eu já fazia minha poker face pro Klinger*. Continuando, acontece que trabalhar no meio dessa patifaria toda, nesse momento da minha vida que apesar de ridículo eu não tenho vergonha nenhuma de contar, eu conheci você (que romântico).E no final, contrariando todas as estatísticas que eu calculo aqui na minha cabecinha, isso fez e continua fazendo todo o sentido pra mim. Conheci outras pessoas muito legais além de você também, mas você ficou, o que eu acho incrível porque depois que voltei pra casa dos meus pais, a gente praticamente não se viu mais. Então tem que haver algum sentido nisso, porra!

Eu não lembrava desse detalhe, mas obrigada por ter ido comprar aquele edredom comigo. Obrigada por ter passado um tempo na minha casinha. Obrigada por ter me acompanhado nas várias partidas de Guitar Hero. Obrigada pelas infinitas duas cervejas no Unibar. Obrigada por ter me dito coisas legais quando eu chorei patética e desesperadamente por ter levado um pé na bunda. Obrigada por rir comigo de coisas que ninguém ri e por rir mais do que eu até. Obrigada por ser essa pessoa criativa que me ajuda nas ideias, que se empolga junto comigo, mas por favor, tente não se desempolgar junto comigo também haha. Obrigada por ter esse cabelo lindo e ser linda idem  - mas eu te odeio por ter essa bunda grande com a minha sendo tão, tão reta. Obrigada por ter uma família tão legal com um pai que fica sacaneando suas amigas no MSN. Obrigada por ler os meus textos e ser simpática dizendo que gostou.

Sem a sua presença, um punhado de coisas que aconteceram na minha vida não teriam nem a metade da graça, e isso inclui até mesmo voadoras na parede.



Não digo com frequência, porque na verdade não é algo que eu goste de dizer, mas, amo ♥



*Significado de Klinger: 1- Bicha afetada e insuportável com mania de grandeza e total falta de noção do ridículo. 2- Pessoa contratada pra tornar ainda mais infernal a vida de pobres garotas que ele maltratava só por terem nascido com uma parte da anatomia feminina que ele sonhava em ter. 






segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Fala, Edgar.

"Eu já quis... Eu já quis ser tanta coisa!
Médico, astronauta, mergulhador. Começar uma banda, ser uma estrela da música latina de sucesso arrebatador. Começar um blog que daqui um ano eu vou vender por um milhão de dólares. Adotar um cachorro abandonado, pintar um quadro, aprender espanhol...'yo no hablo español, pero me encanta Rio'. Investir na bolsa... 
Fazer uma campanha contra as minas terrestres e as bombas Cluster. 
Escrever um livro...
Escrever um livro? Não. Um roteiro de cinema...
Começar uma revolução, ser um Che! Ah, ou talvez nada.
Bom, na dúvida eu me dedico a minha rotina favorita: pornografia e videogame. 
Ou se preferir, videogame e pornografia."

Dois Coelhos - Afonso Poyart

Ainda quero escrever sobre esse filme ♥

domingo, 20 de janeiro de 2013

Fazer o que se tem que fazer

Dramático assim mesmo, porque ninguém controla a vontade de simplesmente não fazer o que se tem que fazer. Não dá pra acordar todos os dias com uma postura de consultora de produtos de beleza, fazendo de conta que o otimismo é a coisa mais natural do mundo. Sai pra lá que o copo ta meio vazio pra você também que eu sei...

Agora preste atenção: não importa quanto dinheiro você ganhe ou quantos quilos você perca, nenhuma mudança durará o suficiente para que você se sinta tranquila. Somos ansiosos, querida. Somos os doentes terminais da desilusão e é inútil lutar contra o enfraquecimento das cores. Aconselho a conformar-se com a degradação dos móveis arrastados inúmeras vezes do seu lugar. Mas conforme-se principalmente com todas as voltas e todas as idas. Porque sua volta se dá antes mesmo de qualquer partida e estamos cansados de saber que ainda assim no final TUDO de repente(e novamente e constantemente) muda. O TUDO que achávamos velho até o momento do rompante, do surto corriqueiro. Mudar é a palavra de ordem - mudança é um vício e esse é o ciclo da nossa vidinha medíocre. O que incomodava passa a agradar, se enche de luz. E o novo, o perseguido e por fim conquistado, fica um tanto gasto e sem graça. Óbvio, não? Mas é isso. Somos andarilhos, querida. Somos e por isso não precisamos de um endereço. Não, não é um lugar o que buscamos, não é em um ponto de chegada que nos sentiremos confortáveis, não é cercado de muros e paredes que nós estaremos "em casa". Não existe lugar melhor para nós do que o próprio caminho.

Não mesmo.

Mas a vida é tão repetitiva.

Acordar, lavar o rosto, tomar o café.