terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Pessoas são incríveis 02#

Quando tava rolando a pior pendenga amorosa da minha vida, contei pra uma amiga que eu havia conhecido um ~ outro cara ~ e que a pendenga tinha  conseguido ficar pior ainda com o dilema trair or not trair. Daí que essa amiga segurou bem forte minhas mãos, olhou no fundo dos meus olhos e disse "olha, essa história só pode ter dois finais: ou você vai ficar com esse cara e gostar muito, ou você vai ficar com esse cara e não gostar nada. Mas de um jeito ou de outro, você vai acabar ficando com esse cara, sinto muito dizer isso". Mentira. Ela não segurou minha mão e a bandida mal tava olhando pra minha cara, mas devido a toda essa demonstração de sensibilidade apurada (!) e desse dom premonitório (?) eu percebi que aquela ali seria realmente uma grande amiga, seria A bff ♥, e minha migs preferida, com certeza a bundudinha mais importante, e como não falar do olhinho fechado mais legal de todos - mas só pra concluir o caso abordado no começo do texto, eu gostei médio, viu?

Ellen, eu juro, juro de pés juntos que eu não tenho absolutamente NADA pra reclamar de você. Não que eu tenha o direito de reclamar da "amizade" de qualquer outra pessoa, ninguém vem com um número de SAC que eu possa ligar e despejar minhas frustrações (bem que podia, né?) mas mesmo que existisse esse número pra reclamar de você, eu não teria motivos pra ligar. Minto. Ligaria só pra reclamar a distância, pra reclamar que você aparece bem menos do que eu gostaria.

Tem um monte de coisas absurdas que acontecem por um propósito. Blééé, quem eu quero enganar? Eu acho isso uma grande idiotice haha! Ficar tentando achar sentido em tudo o que acontece, e em tudo que é Monalisa... É uma puta perda de tempo só pra no final você descobrir que todo o mistério do quadro, ou da vida, é só um traveco das antigas. Acontece que trabalhar naquela loja, cujo o único objetivo dos donos era enriquecer fazendo a gente passar vergonha, porque não é possível fazer um uniforme de oncinha e ainda querer que a gente trabalhasse usando vários colares e várias pulseiras e brincos gigantes e maquiagens neon fluorescente furta cor e em alguns casos extremos, peruca, tendo que dizer de 5 em 5 minutos a maldita frase "posso ajudar?"... Por causa disso, antes mesmo da popularização dos memes eu já fazia minha poker face pro Klinger*. Continuando, acontece que trabalhar no meio dessa patifaria toda, nesse momento da minha vida que apesar de ridículo eu não tenho vergonha nenhuma de contar, eu conheci você (que romântico).E no final, contrariando todas as estatísticas que eu calculo aqui na minha cabecinha, isso fez e continua fazendo todo o sentido pra mim. Conheci outras pessoas muito legais além de você também, mas você ficou, o que eu acho incrível porque depois que voltei pra casa dos meus pais, a gente praticamente não se viu mais. Então tem que haver algum sentido nisso, porra!

Eu não lembrava desse detalhe, mas obrigada por ter ido comprar aquele edredom comigo. Obrigada por ter passado um tempo na minha casinha. Obrigada por ter me acompanhado nas várias partidas de Guitar Hero. Obrigada pelas infinitas duas cervejas no Unibar. Obrigada por ter me dito coisas legais quando eu chorei patética e desesperadamente por ter levado um pé na bunda. Obrigada por rir comigo de coisas que ninguém ri e por rir mais do que eu até. Obrigada por ser essa pessoa criativa que me ajuda nas ideias, que se empolga junto comigo, mas por favor, tente não se desempolgar junto comigo também haha. Obrigada por ter esse cabelo lindo e ser linda idem  - mas eu te odeio por ter essa bunda grande com a minha sendo tão, tão reta. Obrigada por ter uma família tão legal com um pai que fica sacaneando suas amigas no MSN. Obrigada por ler os meus textos e ser simpática dizendo que gostou.

Sem a sua presença, um punhado de coisas que aconteceram na minha vida não teriam nem a metade da graça, e isso inclui até mesmo voadoras na parede.



Não digo com frequência, porque na verdade não é algo que eu goste de dizer, mas, amo ♥



*Significado de Klinger: 1- Bicha afetada e insuportável com mania de grandeza e total falta de noção do ridículo. 2- Pessoa contratada pra tornar ainda mais infernal a vida de pobres garotas que ele maltratava só por terem nascido com uma parte da anatomia feminina que ele sonhava em ter. 






segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Fala, Edgar.

"Eu já quis... Eu já quis ser tanta coisa!
Médico, astronauta, mergulhador. Começar uma banda, ser uma estrela da música latina de sucesso arrebatador. Começar um blog que daqui um ano eu vou vender por um milhão de dólares. Adotar um cachorro abandonado, pintar um quadro, aprender espanhol...'yo no hablo español, pero me encanta Rio'. Investir na bolsa... 
Fazer uma campanha contra as minas terrestres e as bombas Cluster. 
Escrever um livro...
Escrever um livro? Não. Um roteiro de cinema...
Começar uma revolução, ser um Che! Ah, ou talvez nada.
Bom, na dúvida eu me dedico a minha rotina favorita: pornografia e videogame. 
Ou se preferir, videogame e pornografia."

Dois Coelhos - Afonso Poyart

Ainda quero escrever sobre esse filme ♥

domingo, 20 de janeiro de 2013

Fazer o que se tem que fazer

Dramático assim mesmo, porque ninguém controla a vontade de simplesmente não fazer o que se tem que fazer. Não dá pra acordar todos os dias com uma postura de consultora de produtos de beleza, fazendo de conta que o otimismo é a coisa mais natural do mundo. Sai pra lá que o copo ta meio vazio pra você também que eu sei...

Agora preste atenção: não importa quanto dinheiro você ganhe ou quantos quilos você perca, nenhuma mudança durará o suficiente para que você se sinta tranquila. Somos ansiosos, querida. Somos os doentes terminais da desilusão e é inútil lutar contra o enfraquecimento das cores. Aconselho a conformar-se com a degradação dos móveis arrastados inúmeras vezes do seu lugar. Mas conforme-se principalmente com todas as voltas e todas as idas. Porque sua volta se dá antes mesmo de qualquer partida e estamos cansados de saber que ainda assim no final TUDO de repente(e novamente e constantemente) muda. O TUDO que achávamos velho até o momento do rompante, do surto corriqueiro. Mudar é a palavra de ordem - mudança é um vício e esse é o ciclo da nossa vidinha medíocre. O que incomodava passa a agradar, se enche de luz. E o novo, o perseguido e por fim conquistado, fica um tanto gasto e sem graça. Óbvio, não? Mas é isso. Somos andarilhos, querida. Somos e por isso não precisamos de um endereço. Não, não é um lugar o que buscamos, não é em um ponto de chegada que nos sentiremos confortáveis, não é cercado de muros e paredes que nós estaremos "em casa". Não existe lugar melhor para nós do que o próprio caminho.

Não mesmo.

Mas a vida é tão repetitiva.

Acordar, lavar o rosto, tomar o café.