segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

eu. meu gato vaquinha grande e carinhoso


O primeiro gato que eu tive (essa aí da foto) era do tipo  ♥vaquinha♥. Nota-se que era grande e mesmo com vagas lembranças,  concluo com absoluta certeza que ele era carinhoso, muito carinhoso.  Afinal,  eu era uma criança de quatro anos. Quatro. Anos. E durante todo o tempo em que eu o torturei com meu amor de Felícia, ele só me "atacou" ( se defendeu, aposto) uma vez que eu me lembre, que meus pais se lembrem.

Eu amava aquele/esse gato...

Num dos típicos finais de tarde da minha infância, em que toda a molecada da rua se juntava pra jogar futebol e eu ficava lá, bem de boa sentada na calçada olhando todo mundo se divertir (porque esporte nunca foi o meu forte desde sempre), eis que surge um garoto segurando o meu gato, que jazia duro e com uma expressão de horror nos olhos. Aquela expressão que transforma a fofura da cara de um gato na coisa mais medonha do mundo depois que ele morre. O garoto ergueu meu gato feito um troféu e perguntou se o gato era meu, me olhando com um puta sorriso de escárnio. Não respondi. Tentei forçar uma indiferença só que não me controlei. Entrei correndo em casa e fui chorar no meu quarto. Tão pequenina e tão clichê. Claro que meus pais foram saber o que aconteceu, claro que me consolaram, claro que eu continuava achando que a minha vida tinha perdido todo o sentido. Fiquei tão mal que tive febre a noite toda, acordei de manhã e continuava com febre. Não comia e só chorava. Não lembro o trajeto todo dessa novela mexicana, só sei que fiquei internada dois dias e até ~ novena ~ na minha rua fizeram pra que eu melhorasse. 

Toda trabalhada na tragédia, saí do hospital. Não lembro se foi um dia ou dois depois, só sei que numa tarde o pai de uma amiga foi até a minha casa e disse pra minha mãe que queria conversar comigo. Saí pra conversar com ele meio desconfiada, porque pais de amigas não iam a casa de outras crianças só pra jogar conversa fora né, a não ser que o contexto da conversa fosse uma bronca. Acontece que não era uma bronca. Quando eu saí, vi que ele segurava uma caixinha de papelão. Me lembro perfeitamente dele dizendo as palavras mágicas: tenho um presente pra você. Abri o portão e ele me mostrou o que tinha na caixa: um lindo gatinho siamês, magrelo e cheio de remela nos olhos azuis! Na hora foi uma felicidade tão instantânea, tão forte, que eu nem me darei ao trabalho de tentar explicar. Certo que na hora eu lembrei do meu gato vaquinha, grande e carinhoso. Mas com saudades e a tristeza totalmente empurrada pra lá, pra qualquer lugar longe do meu coração que só cabia amor por aquele novo gatinho. 

Acontece que hoje, uma das pessoas que eu mais amo, foi contemplada com um sorriso de escárnio da vida adulta. A pessoa mais guerreira de todas, não consegue levantar da cama nem pra praguejar o mundo. E eu fico aqui, tentando encontrar um lindo gatinho siamês, pra fazer ela empurrar essa tristeza pra lá... mas eu não consigo.

Me pediram pra rezar.

E se só for possível fazer isso, então eu mudo todas as convicções que eu tenho, ou acho que tenho, e coloco numa caixinha de papelão todas as orações que eu puder fazer por ela.


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Por isso eu gosto de criança ♥

No estúdio em que eu trabalho, nos dias de quinta e sexta-feira praticamente só fotografamos crianças, e lá, a maioria dos cenários são direcionados pra elas. Por isso o estúdio é cheio de brinquedos que variam de cavalos a carrinhos de corrida. Daí, vez ou outra vai alguma criança sem noção, acompanhada de uma mãe mais sem noção ainda, que não percebe que a filha roliça vai ficar entalada na cadeirinha de praia ou que o filho hiperativo vai quebrar a cabeça quando cair do skate. Logo, eu tenho que fazer o papel de tia má da creche e pedir educadamente pra criança parar de se divertir e arriscar a vida. E com isso, eu sinto que pelo menos uma vez por semana alguma criança começa a bolar um jeito de me matar. Acontece que pra piorar ainda mais a minha situação, agora tem um balanço novo no estúdio. Só que o balanço novo é frágil, e só rola pra bebês, e nem pode ser um bebê assim superdesenvolvido também. Só que TODAS as crianças querem possuir o balanço! E como ele fica perto da minha mesa, eu virei a sua guardiã oficial. Aí é toda hora eu pedindo com muita cautela, pra criança da vez dar o fora dali. E eu tento falar com a voz mais doce do mundo e explicar que é pro bem dela, que ela vai cair e se esborrachar e ainda vai dar prejuízo pro estúdio, mas não adianta, no mesmo instante a criança começa a me odiar.

Mas aí é que tá! Todas as crianças vão me odiar. Algumas delas vão esquecer o ocorrido e me perdoar naturalmente. Mas enquanto isso não acontecer, enquanto elas estiverem emburradas, o que me consola é que ainda assim elas serão sinceras. Se eu perguntar pra alguma dessas crianças "porque você me odeia?" ela vai dizer: "porque você não me deixou balançar!". Ela não vai dizer "porque eu não fui com a sua cara" ou "porque o meu santo não bateu com o seu".

Então, mudando o rumo da prosa, se você não é criança o suficiente pra ser sincero quanto aos seus motivos pra odiar alguém, seja adulto o suficiente pra não perder a oportunidade de ficar de boca fechada e ir dormir sem fazer papel de idiota. Foda-se você e o seu cultivo de amargura, vai tratar esse complexo de 5º série que já passou da idade de ficar por aí chacoalhando sua listinha negra e dizendo que odeia fulano e sicrano sem mais nem menos.

Ah, e ninguém tem que "tentar" engolir ninguém ( a não ser, em alguns casos raros, o patrão, algum cliente e talvez a sogra), e essa é só mais outra coisa simples que você já devia ter aprendido também :)

Nada óbvio esse obtuso.

Eu tenho uma enorme preguiça de profissional que fica tentando se reafirmar pela internet, e fico até sem graça de admitir que o fotógrafo (não todos, claro) é, em disparada, o profissional mais pé no saco nesse quesito. Eu sou fotógrafa, mas já perdi a conta de quantas vezes tive que me desmarcar desses "protestos" pela valorização da profissão no Facebook. Hoje mesmo, acordei e vi que tinha sido marcada em um texto enorme, que já no primeiro parágrafo me fez dar três longos bocejos - "bábláblá eu paguei não sei quanto no meu equipamento, blábláblá eu trabalho não sei quantas horas editando fotos, blábláblá eu tenho que ficar correndo atrás do seu filho nas festinhas de aniversário, blábláblá joguem confete em mim". Uma palavra pra definir perfeitamente essa atitude : tédio.
Concordo que é um saco cliente pechinchando, mas quem disse que isso é um mal exclusivo de fotógrafo? Quem nunca deu aquela pechinchadinha na vida? Já disse que concordo: é irritante, é cansativo, mas é um direito do cliente tentar economizar, pombas! E o fotógrafo tem o direito de não baixar o seu preço e de não pegar o serviço caso se sinta desvalorizado, é tão simples criançada amiga que eu não entendo porque tanto bafafá. Agora se o fotógrafo é tão sem paciência assim, ele pode evitar esse martírio de uma maneira mais eficaz do que fazendo compartilhamentos no Facebook... E eu só sei que pra ser mais eficaz é preciso ser mais direto, se para o profissional não é suficiente a liberdade de dizer não. Porque na boa, fotógrafo que fica com esse chororô eterno na iternet não quer ser valorizado, quer dar autógrafo.

***

Sobre um outro mimimi fixo que envolve fotografia: "Hoje em dia qualquer um pode ser fotógrafo". Ué, que eu saiba fotografia é uma profissão como outra qualquer, e não uma profecia que nego precisa nascer pré-destinado pra fazer... Tipo, o que eu precisava ter pra ser fotógrafa? Chagas na testa? Sério, eu achei que bastava estudar, correr atrás de experiência, lutar, investir ( emitir nota fiscal u.u') essas coisas aí... Não? Ok. Vou ali conversar com nossa senhora de Fátima pra ver se a  minha missão nessa terra ta em algum dos seus segredinhos, porque né, não to afim de blasfemar contra os deuses da ~ arte de escrever com a luz ~


sábado, 3 de novembro de 2012

Apenas sorria e acene!


Eu tenho sérios problemas com desconhecidos que resolvem abrir o coração pra mim. Tipo nego que senta ao meu lado no ônibus e em menos de dez minutos se faz compreender por inteiro. Me sinto muito mais a vontade com conversas a cerca do calor excessivo, se chove ou não chove, sobre Salve Jorge ~sdds carminha~ , como ônibus é cansativo, esses assuntos para os quais não é preciso maquinar muito a cabeça pra responder. Não que eu fique tentando achar solução pra vida de quem eu acabei de reparar a existência, porque né, todo mundo que ta no ônibus já tem problemas o suficiente, se você parar pra pensar. Mas é um saco porque eu tenho que fazer uma força que não é humana pra não mandar algum comentário grotesco e foder ainda mais a vida do infeliz.
Mas como eu sou uma pessoa educada, sempre balanço a cabeça e digo: 
É complicado.
É complicado, mas não resolve em nada o  problema do fulano quando ele se expõe pra quem não dá a mínima pra ele, nesse caso, eu. Por isso quando me lembro de quinta-feira passada, quando um cara qualquer resolveu economizar com analista e me alugar o trajeto todo, eu fico um tanto orgulhosinha de mim por não ter chorado. Esse orgulho é o típico sentimento egoísta que me consola em alguns momentos. Mas me dá um desconto, afinal, nessa fatídica quinta eu só queria atravessar a rua, pegar o ônibus e ir pra casa remoendo meus problemas so-zi-nha - e seca. Só que aquele maldito carro importado fez questão de passar naquela maldita poça d’água e me molhar da cabeça aos pés! Mas o fulano nem percebeu isso, né. Que eu tava molhada e com um cheiro esquisito (meio de barro, meio de água parada com dengue). Pergunta se ele reparou...NÃO! Os problemas dele eram tão maiores que de toda população mundial, que um simples "nossa, o que aconteceu com você?" seria impossível de ser pronunciado.Pois é... E olha, ainda assim, depois de um dia de cão, que eu aposto que, metade do ônibus também teve porque é muito comum se foder nessa vida, eu não chorei. Mas a minha vontade era de desabar e chorar compulsivamente no meio da rua. Mas engoli o choro porque a última coisa que eu queria era que algum taxista viesse me consolar ou que qualquer um com bom coração perguntasse se estava tudo bem, porque eu ia desatar a falar o quanto NADA estava bem. Por isso, eu não chorei. Mas o fulano chorou, caralho ele chorou e quando eu vi aquela lágrima eu quase me joguei pela janela de incêndio PORQUE NÃO É POSSÍVEL.  Olha cara, calma, não é assim, tudo se ajeita. E não fica assim, porque eu não consigo ver homem chorar, por mais que eu ache isso bem constrangedor. Quer um calmante? Relaxa. Vou abrir essa janela pro vento bagunçar ainda mais o meu cabelo escroto, mas ta meio abafado, você vai ficar melhor. E ai passou?
E foi no meio do choro compulsivo daquele cara, que eu cogitei ligar para o anúncio escrito de caneta no banco da frente que eu vejo todos os dias: “Quem precisa de amor e carinho é só me ligar. Sou moreno carinhozo” seguido do número de telefone. Porque ao contrário do que o fulano pensa, eu consigo chegar bem mais baixo que ele...
Mas dessa vez eu não vou chorar. 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Um conselho.

"Meu amigo, é preciso ter paciência e coragem. Espera-te uma sorte mais invejável que a minha: você é cem vezes mais artista do que eu; mas que Deus te dê, pelo menos, um décimo da minha paciência. Estude e não beba, como te dizia aquele bom proprietário, e, principalmente, começa tudo de novo, pelo a-bê-cê. O que te aflige? A pobreza, a indigência? Mas a pobreza e a indigência formam um artista. Elas são inevitáveis, no início. Por enquanto, você não é necessário a ninguém; ninguém quer saber de você; assim é o mundo. Espere, e mais coisas acontecerão quando souberem o que você vale. A inveja, a mesquinhez, a ignomínia e, sobretudo, a estupidez vão pressioná-lo  mais que a miséria. O talento precisa de simpatia, necessita ser compreendido, mas você verá que semblantes hão de rodear-te quando você atingir ainda que uma ínfima parte do objetivo. Hão de amesquinhar e olhar com desprezo aquilo que você conseguiu à custa de um trabalho árduo, de privações, de fome e de noites de vigília. Os teus companheiros futuros não te animarão, nem hão de consolar-te; não apontarão em você aquilo que tem de bom e de verdadeiro. Mas, com maldosa alegria, destacarão cada erro teu, e hão de te mostrar justamento aquilo que você tem de ruim, aquilo em que se engana e, sob uma aparência de indiferença e desprezo, festejarão cada um dos teus erros (como se existisse alguém infalível!). Quanto a você, é arrogante e, muitas vezes, inoportunamente orgulhoso, e te arriscas sempre a ofender alguma nulidade inflada de amor-próprio. Será esse o teu mal: ficarás sozinho contra muitos e vão suplicar-te com alfinetadas. Eu próprio começo a experimentar isso. Anime-se agora! Você ainda não está muito empobrecido, pode ganhar a vida, não despreze o trabalho braçal, vá rachar lenha, como eu rachava nas festinhas de artesões pobres. Mas você é impaciente, está doente à força da impaciência, não tem suficiente simplicidade, fica maquinando coisas em excesso, pensa demais e faz trabalhar muito a cabeça; você é audacioso em palavras, mas teme quando se trata de empunhar o arco do violino. Tem demasiado amor-próprio, mas escassa coragem. Seja mais ousado, espere, estude e, se não confia em suas forças, atire-se ao acaso: de qualquer modo, não perderá, pois o ganho é sempre grande. Sim, o nosso caso, irmão, tem algo de grandioso."


Niétotchka Nizvânova - Fiódor Dostoiévski

sábado, 27 de outubro de 2012

Vá com Deus, ou não.

(não sei como, mas esse texto tinha sumido daqui o.O)



Entrei no MSN e “COMO ASSIM A HEBE CAMARGO MORREU?”.
Toda vez que eu vou começar um Blog, um Tumblr, um Facebook fake, etc, alguma pessoa muito famosa morre. Será que é a maldição da “desconhecida da internet”? Não! É só uma coincidência mesmo, triste na maioria das vezes. Como quando comecei esse Blog bem no dia em que o Sócrates havia morrido. No caso da morte do Sócrates, foi coincidência e mancada. Mas hoje, foi só a Hebe…
 Segue anexo:
~Uma nota de falecimento e todas as aventuras que não acontecerão no meu final de semana~
O lance é que como agora que eu to sem Facebook, vou perder um sem fim de chororô dos mela cueca que adoravam a rainha do laquê, ao mesmo tempo que também vou perder a criatividade MIL das piadinhas mórbidas que estariam pipocando, talvez agorinha mesmo na minha tela. Muito provavelmente, também não verei televisão esse final de semana, o que significa que não terei a honra de assistir algum apresentador mongol dizer que o Brasil acaba de perder “uma das figuras mais importante da história da televisão brasileira e blábláblá”, entre outras coisas do tipo.
Todavia, entretanto, portanto e porém: Não se engane! Por mais que meu comentário pareça hostil, eu só queria mesmo era deixar registrada aqui minha homenagem. Acontece que eu tentei me lembrar de algum poema ou um texto qualquer que expressasse o papel da louca dos selinhos na sociedade enquanto comunicadora, e, não rolou. Maaaans, depois de pouco pensar eu cheguei a conclusão  de que o melhor seria ~soar breve e ao mesmo tempo catedrática~Cogitei até usar alguma frase marcante da grande amiga da Hebe e também finada, Dercy Gonlçaves. Porque né, a rigor mortis das duas pode até não ser parecido, mas aqui nessa minha cabecinha doente, uma atmosfera fúnebre sempre envolveu as duas igualmente. A vida inteira eu meio que já esperava por isso… Sei lá, desde que me lembro sempre achei que essas duas já tinham quase um pé e meio nas suas respectivas covas. Pra deixar de ser redundante e voltando a frase da Dercy, sinto dizer que não me lembrei de nenhuma além de “vai pra puta que pariu!”.
Enfim, só porque eu sou V1DA L0KA, consegui me lembrar dessa música do Face Da Morte, que tem até rima pra ficar uma ~homenagem linda~ Vê aí:                                   
“Com seus rostos maquiados, sorrisos forçados,
programas ao vivo ou gravados, eles são os serviçais do poder,
fazem um jogo sujo e esbanjam você.
Qual o significado? Sasha e seu quarto de 130 metros quadrados…
Hebe Camargo perguntava em seu programa:
 Por que todo pobre tem calcanhar rachado? ”
Aqui vai a resposta…
Por outro lado, o que importa é o cascalho!
1 milhão de reais por mês de salário.
O que você recebe por ano, eles faturam por hora.
Eles são os ricos que o meu povo adora! “

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Cara Sapatos Esfarrapados


"Apoiei a revista no balcão e apaguei a dedicatória para a Princesa Maia. Em seu lugar, escrevi:


Cara Sapatos Esfarrapados:

Pode não saber disso, mas na noite passada você insultou o autor desta história. Sabe ler? Se souber, invista quinze minutos do seu tempo e deleite-se com uma obra-prima. E da próxima vez seja cuidadosa. Nem todo mundo que vem a este antro é um vagabundo.

Arturo Bandini"

Pergunte ao pó - John Fante

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Pessoas são incríveis 01#


Se eu tivesse um analista, eu ia exigir, EXIGIR em capslock, que tivéssemos uma sessão especial em que eu pudesse falar o tempo todo e sem parar, de outras pessoas. Porque eu adoro falar sobre outras pessoas, assim ADORO em capslock também. Mas não fofoca. Não é contar o que fulano fez com sicrano ou falar mal até mesmo dos conhecidos, até mesmo dos chegados em uma mesa de bar. Se bem que, algumas pessoas merecem muito ter as orelhas em fogo enquanto a gente se diverte discutindo os factoides reais de suas vidinhas tão desimportantes pra nós, e ao mesmo tão divertidas no contexto de uma conversa fiada de boteco. Mas não é isso. 
Algumas personalidades merecem uma profunda analise. Tenho no meu círculo social - tanto fora como dentro da internet - amizades, ou meros contatos, que eu passaria horas falando sobre como eu acho essas pessoas incríveis. Pessoas incrivelmente legais, inteligentes, divertidas, bonitas, guerreiras, únicas. Mas, em contrapartida, mesmo que em número menor, existem alguns opostos igualmente incríveis nesse circuluzinho a minha volta. Pessoas incrivelmente malas, chatas, pedantes, enjoativas, e de plástico. Pessoas que acredito serem igualmente merecedoras de uma analise pessoal profunda. Quer dizer, seria burrice gastar com um analista pra discutir o id ego e superego dos outros. Mas sei lá, pessoas são ~soluções e problemas ~também, né não Freud?
01#
Recentemente fiz uma nova amiga na internet.  E também recentemente, ela passou por um perrengue amoroso aí. Um perrengue que serviu ao menos PRA MIM, pra conhecer um pouco da personalidade dessa mulher  incrivelmente corajosa! Talvez nossas opiniões não batam algumas vezes, mas pra falar a verdade na minha vida pouca coisa bate, até porque eu dou poucas vezes a minha cara pra bater, ao contrário dela. A danada ta lá, virando as grandes bochechas rosadas pra vida o tempo todo e dizendo “isso é o melhor que você pode fazer? bate mais forte, vadia!” E sério, eu realmente admiro isso. Não ter medo de falar, não ter medo de escrever, não ter medo de errar, de viver. 
Mas eu, eu não tenho medo de rimar. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Disse o primo de Holden Caufield:

“Ontem à noite choveu muito, mas não o suficiente. Ontem à noite choveu mas não me surpreendeu, não me surpreendeu mesmo. O estranho. na verdade, é não ter transbordado tudo. Foi isso que me surpreendeu.
Vou ter que me acostumar...
...Ou o que resta de mim. Resta o básico, suponho: a moldura, a matriz, os freios. O que mudou, o que perdi fora a catraca, a corrente, o guidom. Consegui substituí-los por peças novas, mais fortes, mais confiáveis, mas não é a mesma coisa. Não poderia ser, suponho. Quando a gente aposta alto, se mete em caminhos difíceis, não transitados, não pode esperar sair dali sem tropeços. Fica a estrutura, claro, mas mudam as peças. E não é a mesma coisa porque, no fim, a gente sempre presta atenção nos detalhes. Os detalhes são o que conta.”

 Baixo Astral  - Albert Fuguet

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Nem o Pasquale explica.


Esforço-me ao máximo em usar eufemismos, mas nem isso consegue evitar que meus sentimentos acabem se tornando hipérboles sem sentido!
Cansei de recorrer a metáforas para a vida, afinal, tudo que eu digo acaba consistindo em uma antítese mal explicada.
E virão me dizer que só disponho de pleonasmos viciosos...
Mas e você, que não passa de um objeto das minhas indiretas!

Um sujeito qualquer...

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Menina Veneno


O Facebook deixou a gente muito se achando, acho. Abusamos de uma falsa e acolhedora ilusão de que somos importantes, e que opiniões banais da nossa parte são realmente levadas em conta. Eu tento me conter, juro. Mas admito que as vezes é  difícil. Tem hora que me empolgo e acho que tecer considerações sobre a última amostra-grátis de xampu que eu ganhei vai mudar a sua vida, a vida do mundo.

E é por causa dessa empolgação generalizada que todo mundo virou crítico de cinema, de música, de comida, de balada, de moda, de literatura, de bunda. É confia em mim pra cá, vai por mim pra lá, e um pouco de saco cheio aqui.

Porque eu tento me conter, juro, mas tem gente que faz questão de não perceber quando ta forçando a barra de oráculo cultural da galera.

E pior do que o Facebook ser “orkutizado” como proclama a elite dessa tão importante rede social, é o Facebook virar uma vitrine do desespero, de pessoas que tentam a todo custo PROVAR o quanto são “inteligentes”.


Então, pra balancear um pouco, que tal fazer igual a Radeo ?

http://www.youtube.com/watch?v=vFlCV9plOtM

Por um mundo com menos necessidades de provar superioridades que não existem, e com mais colecionadoras de calcinhas, que ficam de bico fechado :}

sábado, 19 de maio de 2012

Lika.

E tem aquela história do cocô de pomba certeiro na cabeça dela. E a sensação de que seria impossível qualquer outro dia na vida, ser tão engraçado quanto aquele.E houve sim, tantos outros dias, iguais ou mais engraçados. Com ela, com outras pessoas. Mas esse dia, juro pra você, eu não esqueço.E teve aquela madrugada que a gente saiu bêbada e de bicicleta, de casa em casa gritando o nome das pessoas. E também o dia que sentadas no quintal da minha casa, olhando aquele bando de estrelas que só existem no céu daqui, ela disse que não tinha nada pra mudar no passado, enquanto eu, tinha quase tudo. 

Partido muito baixo

O louco parecia o mais lúcido de todos aqueles em volta da mesa. O louco era mais bem articulado que a advogada, que a militante política, que a mim, que dizem por aí, não sou nada. O louco falava de Deus com verdadeira sabedoria e conhecimento de alma. O louco falava do que eu não podia opinar, algo que nunca me atrevi entender. Nesse instante pairou a dúvida, de que talvez ele não fosse mais louco, ou, tivesse ficado mais biruta ainda.